17 maio 2011

Relato de um Sonho!!!


Vamos para o relato do maior acontecimento da minha vida!!! (Tá eu sei, já comecei a babar rs)

Eu já tinha comentado por aqui que estava sentindo umas cólicas, que não eram ritmadas. No Dia das Mães (que por sinal foi ótimo!!!) eu comecei a sentir umas dores das contas, na altura da bacia. Parecia muito com uma dor de coluna. Na segunda eu não senti mais as dores, mas continuei em estado de alerta. Quando foi na terça, acordei com a dor bem mais forte, mas estava suportável.

Meu dia foi normal. Depois do almoço eu e o maridão fomos pra minha mãe e ela me alertou do fato de algumas mulheres não sentirem lá essas dores e estarem bem perto do trabalho de parto. Passei o dia inquieta, mal conversava (e olha que eu sou muiiiiiito tagarela). Minha mãe notou que eu estava diferente e falou pra que fosse pra casa e descansasse e se as dores não passassem pra que eu fosse pra maternidade. Além disso, ela me falou pra comprar um sabão em pedra me lavar da cintura pra baixo com ele. Disse ela que, de acordo com os "antigos", se essas dores eram mesmo do baby nascer, o trabalho de parto ia acontecer.

Por volta das 6 da noite, vim pra casa com dor, que já estavam um pouco mais forte. Ao chegar, coloquei algumas coisas em ordem, pra o caso de realmente o Junior nascer. Verifiquei as malas, deixei uma roupa arrumada e disse pro Maicon deixar a dele também. Em seguida, tomei um banho morno e fiz o que minha mãe falou. Pouco depois ela me ligou perguntando como eu estava. Eu disse que as dores haviam passado e que era alarme falso.

O resto da noite foi normal. Comemos uma pipoquinha e um mingauzinho de Cremo... (sem mershan rs). Fomos dormir por volta de meia noite. Quando foi 2 da madruga, fui ao banheiro e a dor na coluna haiva voltado e um pouco mais forte, mas ainda suportável. Acordei o Amor e liguei pra minha mãe, que disse "Eu sabia que você ia me ligar.". Ele foi buscar o carro e trouxe minha mãe junto. 

No período em que ele saiu, me arrumei, fiz uns agachamentos e orei muito. Pedi a Deus que estivesse no controle de tudo, que a mão dos médicos e enfermeiros que me tocassem fossem dEle e que tudo acontecesse de acordo com Sua vontade. 

Uns minutos depois ele chegou e fomos pra maternidade que eu pretendia ter o Junior. Chegando lá fui informada que só havia um médico de plantão com duas cesarianas pra fazer e que o atendimento iria demorar. Fomos para a outra (que eu tanto tinha pavor) e estava lotada, não tinha vaga. Minha mãe começou a reclamar, coisas de mãe que tá vendo a filha ter um filho rs. Daí a única solução foi ir pra uma maternidade na cidade vizinha. Tinham me dado ótimas recomendações de lá, mas na hora agente nem lembra. 

Chegando lá, passei pela avaliação médica e pra minha surpresa estava com 3 de dilatação. Eu fui achando que era alarme falso e que iria voltar pra casa. Fiquei internada e ao mandar chamar minha mãe e meu amore senti que eles estavam tão aflitos e ansiosos como eu. E uma das coisas que mais me marcaram naquele momento foi o olhar do meu marido, como eu nunca vi. Um olhar de volta logo, misturado com insegurança, medo, e asiedade em ver a carinha do nosso filho. Me emociono de lembrar...

Me colocaram no soro (sem ocitocina, só glicose mesmo) e me mandaram vestir aquela camisola baaaaaita sexy! Fui pra sala de pré parto que estava lotada. A sala tinha capacidade pra 8 gestantes e estava com 14. 11 gestantes(contando comigo) e 3 abortos (2 expontâneos e 1 provocado). As meninas do aborto estavam sentadas nessas cadeiras com rodinhas e eu também, pois não haviam cama, nem macas por conta da super lotação. Como fiquei perto das meninas do aborto, começamos a conversar. Até ai a dor estava muiiiito tolerável.

Uma delas tinha 17 anos(essa eu não lembro o nome) e perdeu o bebê por conta de estresse. A outra, Patricia, descobriu que estava grávida devido o aborto. E a (desculpem a espressão) safada e ordinária, tomou remédio pra abortar um bebê de 20 semanas! Papo vai, papo vem e a Sem Alma (vamos chama-lá assim, porque não sei o nome e nem faço questão de saber) começou a se queixar de dor. Minutos depois foi ao banheiro e agente só houve a enfermira dizer: "Manda ela pegar!" Eu e as outras nos olhamos e não acreditamos. O bebê havia caido no vaso! Minutos depois surge a Sem Alma com uma cumadre, coberta com a camisola que ela usava, e o feto dentro. Gente, eu virei a cara e não quiz mais assunto com ela. Detalhe importante: a placenta ainda estava dentro dela! O bebê saiu e a placenta ficou, o que "unia" era o cordão umbilical.

Levaram ela pra sala de parto e o obstetra de plantão (sabe como são os médicos com esse tipo de mulher né) começou a cutucar ela. Agente só ouvia ela gemer e reclamar. A sorte dela foi que umas 3 entraram em trabalho de parto, praticamente uma atrás da outra, e ela foi tirada da mesa rapidamente. Lá tem duas salas de parto, muito bem equipadas por sinal (olha que é SUS, hein). A menina que estava na sala de triagem quando cheguei, estava com 6 de dilatação. Daí foi direto pra sala e ficou só uma vaga, pras outras 10. Então, realiza o desespero na hora que começou essa bebezada toda a nascer?!

Quando ouvi os gemidos de dor da primeira grávida, confesso que me apavorei. A segunda e terceira então nem se fala. Fora a que estava na outra sala de parto, que não parava de gritar. Eu e as meninas ficamos apavoradas. Nesse mesmo período chega uma que pariu na rua... Uma doideira! É o Sus, infelizmente...!

Depois desses episódios, houve a troca de plantão. Os médicos e enfermeiros da noite não eram muito simpáticos não. E nesse período conheci a Adriana e a Barbara. A Adriana falou que o plantão que estava entrando era bem melhor, ela conhecia o pessoal porque teve a outra filha com essa mesma equipe. E ela tinha razão. Os médicos já chegaram avaliando cada paciente. Uma das enfermeiras veio apertando a mão de cada uma e dizia "Deus está contigo. Entrega nas mãos dele.". Nunca mais vou esquecer o nome dela, enfermeira Sueli.

Quando chegou a minha vez o médico disse que eu estava com 8 cm eu nem acreditei, porque eu não sentia tanta dor assim. Na realidade eu não tava era sentindo nada. Horas depois ele me avalia de novo e diz que estava errado, que eu estava com 3. Ainda. Nossa que raiva!!! Pois bem, passado o ocorrido, me colocaram ocitocina. Ai que fui saber o que era contração. Logo depois a outra menina, a que chegou antes de mim, entrou em trabalho de parto. Isso já eram umas 9 da manhã! Como ela gritava! E o médico pedia: "Mãezinha, para de gritar se não seu bebê sobe e demora mais a nascer." Uns 5 minutos depois agente escuta o último grito e o chorinho do bebê. Cada vez que isso acontecia meu coração acelerava.


Depois disso, limparam a sala e me levaram pra descansar lá. Afinal, eu estava a muito tempo sentada e precisava descansar pra hora do parto. Deitei e relaxei. 

De repente começou a me dar vontade de fazer xixi e toda hora e eu ia no banheiro, numa dessas idas e vindas eu vi que já eram 12:45, foi a última vez que olhei a hora. 

Quando pensei em dormir começou dor. Eu me agarrava ao ferro onde fica o soro (não sei o nome daquilo) e tentava não gritar (porque o bebê sobe e atrasa o parto). XIngava o que podia, mas não gritava.
#pausa
Nessa hora, não tem como. Quem não fala palavrão, pensa palavrão. Pode ter certeza disso.
#despausa
Então senti algo escorrer e quando coloquei a mão era sangue. Comecei a ficar preocupada e chamei a médica. Ela disse que era normal, significava que meu TP estava evoluindo. Me deu outro toque e durante o toque minha bolsa estourou. Daí ela disse; "Agora esse bebê nasce!"

As dores começaram a ficar mais forte e com intervalos bem mais curtos. Comecei a me arrepender de ter PN. Na hora "peidei" mesmo, não estava mais aguentando de dor. Cheguei até a desejar não ter mais dilatação pra me fazerem uma cesariana. Ainda bem que Deus não me ouviu e me capacitou pra por meu filho no mundo.

Comei a pensar na minha mãe, no meu marido, no meu pai. No quanto eles deviam estar aflitos. Minutos depois a médica voltou e me deu outro toque. Ela pediu pra que eu fizesse força a cada contração e força de fazer cocô. Perguntei a ela com quanto de dilatação eu estava, e ela disse 9. Então, me dei conta de quão perto estava do meu filho vir a esse mundo, de ver o rostinho dele. Tirei forças disso, e fiz o que ela pediu. 

De repente a sala estava cheia. Ela pediu pra que eu descesse o corpo e agarrasse no ferro, aquele onde agente coloca as pernas pro obstetra ter uma "visão mais ampla", e fizesse força como de fazer cocô, de novo. Assim eu fiz. Eu não sabia se ficava feliz porque estava perto de conhecer meu filho, ou se "pedia pra sair" por conta da dor.

Os médicos me incentivaram. Diziam: "Força mãe, força!!" E com apenas duas, ouvi a melodia mais linda do mundo. Aquele chorinho manhoso e doce ecoava naquela sala. Não tinha Bethoveen, nem Mozart que fosse páreo para aquele som. Eu fiquei orgulhosa de mim, de não ter desistido, de acreditar e ter fé. A todo momento eu cantava mentalmente um trecho da música do Alexandre Pires, que desde a gravidez eu dizia ser do Junior: Quem é você? Você o grande amor da minha vida!!!

A enfermeira perguntou se eu queria ver ele ou esperar que ela o limpasse. E claro que eu queria ver meu filho, né! Ela trouxe ele pra mim. Olhei aquele lindo rosto e não havia mais ninguém só eu ele. Olhei cada traço: olhos, boca, nariz, cabelo. E disse: Oi, filho!!! 
#pausa 
pra limpar a lágrima. Aaaahh. Pronto.
#despausa
Levei muitos pontos porque o médico não fez a episio e o Junior me "rasgou" toda. Meu parto foi NATURAL, por não terem feito a tal episio. Ouvi o médico dizer também que ele estava com duas circulares apertadas. Ali tive a certeza da Mão de Deus! Perguntei se quando agente ganhava eles ligavam pra família pra avisar e me disseram que não. Me deu um muuuurcho. Só os veria no dia seguinte.

Gente deixa eu contar uma coisa pra gravidinhas. Doer, dói. Isso é inquestionável. Mas, depois, agente nem lembra da dor. Eu me preparei muito psicológicamente pra esse momente. Façam o mesmo e não vão se arrepender. Tudo o que me falavam sobre prato eu filtrava. Me falaram muito pra não gritar e assim eu fiz. Meu filho nasceu muito rápido, foram só 2 horas de dores.

Fui informada só do tamanho e não acreditei porque minha barriga era pequena. Ganhei um parabéns dos médicos e da enfermeira e fui levada pro quarto com o Junior no colo.

Chegando lá pedi pra tomar banho. A enfermeira nem acreditou, mas me atendeu. Depois do banho eu me senti renovada. Quando sentei na cama quem entra com os rostos mais emocionados: minha mãe e meu marido! Ele perguntou como eu estava, como o Junior estava. E minha mãe disse: Minha filha!!! Como nunca antes. Tinham emoções indescritiveis nessas duas palavrinhas. Era ora da visita e eu nem sabia. Eles ficaram comigo só 10 minutinhos, mas foi o sufuciente pra eu me sentir renovada e forte. Veio um grupo de enfermeiras me avaliar e auxiliar na primeira mamada. E meu picurruxo mamou, mamou e mamou.

A noite ele acordou de 1 em 1 hora, mas não havia cansaço pra mim. Antes mesmo dele chorar eu já havia acordado pra saciar sua fome. Tivemos um tratamento excelente de todos médicos, obstetras, enfermeiros e auxiliares, limpeza e cozinha. Como fiquei lá por 3 dias (não me perguntem o porque), toda manhã passavamos por uma avaliação médica e o Junior era pesado. Ele teve cólica duas vezes no período de internação, mas porque ainda não tinha feito cocô. Na sexta ele teve alta e fez o teste do pezinho, nessa maternidade a criança só sai com o teste do pézinho. No sábado, depois da minha alta, fomos pra casa. 
 
Estamos muito bem. Ele acorda só pra mamar, não é de chorar a toa. Papai ainda está se adaptando as noites mal dormidas. Eu cuido dele dou banho, faço limpeza do umbigo, troco fraldas de boa, sem nenhuma dificuldade. Amamentar é ótimo, estou dando tanto leite que o Junior não está dando conta. De tudo (gravidez e parto) o pior é o resguardo. Além dos pontos que incomodam bastante, a dependência é horrível.

Meninas é isso. Desculpe o testamento, mas quero registrar tudo o que puder. A maternidade é o ápice da vida de uma mulher, só quem é mãe sabe do que estou dizendo.

Junior nasceu de 37 semanas e 7 dias, com 50cm, 3030kg. Apgar 9/10. As 14:50hs do dia 11 de Maio de 2011.

8 comentários:

  1. Parabéns! Me emocionei com o seu relato, tbm tive parto normal e é um momento único na nossa vida.

    Beijos, tudo de bom!
    Jaque

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  2. Que relato hein flor...Parabens por tudo, vc foi forte ..bjo bjo e viva o Junior.

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  3. Que maravilha heim !
    Quero um parto assim tranquilo como o seu.
    E a semvergonhasemalma que Deus tenha piedade dela.....não gosto nem de pensar.

    bjusssss

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  4. Que lindo relato!!! Com quantas semanas ele nasceu??
    Eu já estou com quase 40 semanas e nada ainda.

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  5. Parabéns pelo filhote!! Realmente é muita emoção!

    bjos

    http://filhoemdobro.blogspot.com

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  6. Glauce, obrigada pela ajuda no meu post, seu relato foi super motivador e o mais incrível é que a DPP do meu Bebê é 11/05 rs...
    Ainda não tomei a minha decisão , mais seu relato me ajudou muito.
    Obrigada, adorei seu cantinho e vou te seguir

    Beijinhos

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  7. Primeiro, obrigada pelo carinho no meu cantinho. Segundo, estou com um baita invejinha de vc colega!! Como eu queria ter conseguido o parto normal, como eu sonhava com esse momento de poder trazer meu filho ao mundo,da maneira que Deus inventou..rs
    Passei as últimas 4 semanas de gravidez na espectativa, na ansiedade por vir algum sinal, algum incômodo, dor, tampão, mas NADA aconteceu!!! Não fui capaz , não pude, meu baby teve que sofrer no ventre por conta da minha incapacidade de parir, nasceu sem ar de tanto que esperou a mamãe aqui conseguir, mas não deu, a culpa não aparece mais contanta frequencia, mas as vezes ela vem contudo ( como agora), e vou convivendo com isso e dando graças a Deus que tudo está bem apesar de tudo!!
    bju!! Estou te seguindo!! Desculpe o coment lamento! rsrs

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  8. Nossa estou emocionada..vc realmente é uma guerreira,
    parabéns!!!!

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